O único relógio que não está deformado é o que está virado para baixo e tem formigas sobre ele. Salvador Dalí não gostava muito de formigas e esses insetos estão relacionados à putrefação nas suas obras.

Isso mostra como o objeto cotidiano é desprezado por Dalí e pela vanguarda surrealista. Muitos acreditavam que a arte representativa estava decadente e que a fotografia havia tomado o lugar de uma pintura realista.
A saída encontrada foi deslocar o objeto, deformá-lo, buscar modos novos de representá-lo. Esse recurso, além de ser outra forma de representar o objeto, promove a meditação e a reflexão sobre coisas que passam despercebidas no nosso cotidiano.
O relógio é um objeto banal que todos já vimos e provavelmente usamos. Geralmente não prestamos muita atenção nele, mesmo que seja responsável por marcar, dar o passo do nosso dia e dos nossos compromissos.
Quando Dalí transfigura o relógio, ele nos faz perceber como esse pequeno objeto tem uma importância tão grande em nossa vida.
Até mais!
Equipe Tête-à-Tête

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