A diferença na expectativa de vida entre homens e mulheres tem sido observada em diversas sociedades ao longo da história. Dados globais mostram que, em média, os homens vivem menos que as mulheres. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a expectativa de vida global é de 73 anos para mulheres e 68 anos para homens. Diversos fatores biológicos, comportamentais e sociais ajudam a explicar essa disparidade.


Fatores Biológicos

As diferenças genéticas e hormonais desempenham um papel crucial na longevidade. As mulheres possuem dois cromossomos X, o que conferem uma vantagem genética, já que o cromossomo X contém muitos genes essenciais para a sobrevivência. Se um gene defeituoso estiver presente em um dos cromossomos, o outro pode compensar. Já os homens, com apenas um cromossomo X, não possuem essa “reserva genética”.

Além disso, os hormônios sexuais influenciam diretamente a saúde. O estrogênio, predominante nas mulheres, tem efeitos protetores contra doenças cardiovasculares, reduzindo os níveis de colesterol ruim (LDL) e aumentando o colesterol bom (HDL). Por outro lado, a testosterona, mais abundante nos homens, pode estar associada a comportamentos de risco e agressividade, que aumentam a exposição a perigos e acidentes.


Comportamentos de Risco

Os homens têm maior tendência a adotar comportamentos que comprometam sua saúde. Estudos mostram que eles são mais propensos a fumar, consumir álcool em excesso e adotar uma alimentação desmedida. De acordo com o Global Burden of Disease Study , o tabagismo e o uso de álcool estão entre as principais causas de morte prematura entre os homens.

Além disso, os homens costumam negligenciar a própria saúde. Pesquisa realizada pelo American Journal of Men’s Health revelou que os homens tendem a evitar visitas regulares ao médico e buscar atendimento apenas em situações de emergência. Essa falta de acompanhamento preventivo dificulta o diagnóstico precoce de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que podem levar a complicações fatais.


Impacto das Doenças

Os homens apresentam maior prevalência de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Segundo a American Heart Association, essas condições são responsáveis ​​por uma proporção significativa das mortes masculinas, sendo agravadas por fatores como pressão alta, colesterol elevado e obesidade.

Outro problema é o câncer. Os homens têm maior propensão a desenvolver certos tipos de câncer, como pulmão e fígado, muitas vezes devido ao consumo de tabaco e álcool. Além disso, o câncer de próstata, uma das formas mais comuns da doença entre os homens, pode ser fatal quando não detectado precocemente.


Aspectos Sociais e Psicológicos

O papel social masculino, muitas vezes associado à ideia de “força” e “invulnerabilidade”, pode ser um fator prejudicial. Homens podem sentir dificuldade em expressar emoções ou buscar apoio psicológico, o que aumenta os níveis de estresse e pode levar a problemas de saúde mental, como depressão.

Além disso, a exposição a ocupações de maior risco, como trabalhos manuais pesados ​​ou em condições perigosas, aumenta a probabilidade de acidentes e morte prematura.


Especialistas Comentam

Segundo o Dr. Robert Waldinger, diretor do Harvard Study of Adult Development, relacionamentos saudáveis ​​são fundamentais para a longevidade. No entanto, os homens têm menos probabilidade de cultivar laços emocionais profundos, o que pode impactar na saúde mental e física.

A Dra. Marianne Legato, fundadora da Foundation for Gender-Specific Medicine, enfatiza que muitos homens ainda resistem a mudanças comportamentais simples que poderiam prolongar suas vidas, como a prática regular de exercícios e a adoção de uma dieta balanceada.


Como Reduzir a Diferença?

Embora fatores biológicos não possam ser alterados, é possível mitigar os riscos associados a fatores comportamentais e sociais. Algumas medidas incluem:

Acompanhamento médico regular: Os homens devem realizar check-ups preventivos para detectar doenças precocemente.

Educação sobre saúde: Incentivar comportamentos saudáveis, como abandonar o tabagismo e moderar o consumo de álcool.

Apoio psicológico: Combater o estigma em torno da busca por ajuda emocional e mental.

Exercícios físicos: Atividades regulares ajudam a prevenir doenças cardiovasculares e melhoram a saúde geral.


A diferença na expectativa de vida entre homens e mulheres é influenciada por uma combinação de fatores biológicos, comportamentais e sociais. Reconhecer essas causas e adotar práticas que promovam a saúde masculina é essencial para reduzir essa disparidade. Políticas públicas e campanhas de conscientização podem desempenhar um papel importante nesse processo, incentivando os homens a priorizarem sua saúde e bem-estar.

A busca por maior equidade na saúde não beneficia apenas os homens, mas toda a sociedade, ao promover a importância do cuidado e da prevenção para uma vida longa e saudável.


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