QUADRA, s. Medida linear equivalente a 132 metros, ou sessenta braças (60 x 2,2m).
QUADRAR, v. Ser apropriado, sentar, servir. || Perfilar (o corpo). Perfilar-se; ficar em posição de sentido.
QUADRAR-SE A VOLTA, expr. Propiciar-se a ocasião. Oferecer-se a oportunidade.
QUADRILHA, s. Grupo ou lote de animais cavalares de pelos diferentes, que costumam andar juntos, acompanhando a égua-madrinha. Se todos os cavalos forem de mesma pelagem, o grupo é chamado de tropilha. || Contradança de salão, de origem francesa, muito em voga no século XIX, e de caráter alegre e movimentado, na qual tomam parte diversos pares. || A música que acompanha essa contradança.
QUEBRA, s. e adj. Atrevido, xucro, bravio. Aplica-se a pessoas e animais.
QUEBRALHÃO, s. e adj. Aumentativo de quebra. Fig.: Desordeiro, valentão.
QUEBRAR, v. Mudar a direção da marcha; desviar, virar. || Separa e rejeitar os galhos grossos da erva-mate na ocasião do seu preparo, após o sapeco. || Subjugar, amansar (o cavalo).
QUEBRAR O CACHO, expr. Atar a cola do cavalo, fazendo um tope. || Quebrar o entusiasmo.
QUEBRAR O QUEIXO, expr. Dar tirões, puxando fortemente as rédeas, no queixo do potro que está sendo domado, para que fique doce de boca, isto é, bom de rédea. O mesmo que quebrar a boca.
QUEIMAR CAMPO, expr. Mentir, bravatear.
QUEIXADA, s. Variedade de porco-do-mato existente no Rio Grande do Sul.
QUEIXO-DURO, adj. Cavalo que não obedece facilmente a ação das rédeas; queixudo. || Pessoa teimosa, desobediente, obstinado, que não se convence da verdade.
QUERA, s. e adj. Indivíduo destemido, guapo, forte, valente.
QUERÊNCIA, s. Lugar onde alguém nasceu, se criou ou se acostumou a viver, e ao qual procura voltar quando dele se afasta. || Lugar onde habitualmente o gado pasta ou onde foi criado.|| Pátria, pago, torrão, rincão, lar.
QUERENDÃO, s. e adj. Animal que se habitua com facilidade a uma nova querência. || Indivíduo melífluo para com as mulheres, amoroso, afetuoso, alegre, namorador, apaixonado, amante, enamorado, dengoso, mimoso. || Fem.: Querendona.
QUERO-QUERO, s. Ave pernalta caradriídea que habita os campos do Rio Grande do Sul. Vive aos casais e, às vezes, em bandos de algumas dezenas. Tem essa ave ainda os nomes de téu-téu, tero-tero, teréu-teréu, e outros, que, porém, não são usados no Rio Grande do Sul.
QUINCHA, s. Teto de palha. Pequenos pedaços de coberta de palha que se unem uns aos outros para formarem a cobertura da casa ou da carreta.
QUINCHAR, v. Cobrir com quinchas.
“R”
RABICANO, adj. Rabicão. Diz-se do animal que tem a cauda escura entremeada de fios brancos.
RABICHO, s. Peça do arreamento que é colocada por baixo do rabo do animal e presa à sela, à cangalha, ao serigote.
RABIOSCAS, s. Garatujas, rabiscos, letras mal feitas.
RABO-DE-TATU, s. Relho grosseiro feito todo de couro trançado, com uma argola de metal ou de ferro na extremidade em que se segura.
RAIA, s. Cancha. Pista de corridas de cavalos. Cada um dos trilhos por onde correm os cavalos.
RAMADA, s. Cobertura de ramas à frente dos ranchos, à sombra da qual descansam os campeiros nas horas de sol ardente.
RANCHARIA, s. Porção de ranchos, arranchamento. O mesmo que rancheria e rancherio.
RANCHO, s. Casebre de pau a pique, coberto de santa-fé, com um couro como porta, onde moram peões ou gente pobre.
RASGADO, s. Toque de viola que se executa arrastando as unhas sobre as cordas, sem ponteá-las.
RASTEIRA, s. e adj. Diz-se da erva que dá rente ao chão.
RASTREAR, v. Seguir a caça pelo rastro.
REALENGO, adj. Abandonado. Sem dono.
REATAR, v. Arreatar, atar bem, atar com muitas voltas.
REBENCAÇO, s. Golpe dado com o rebenque. O mesmo que rebencada.
REBENCAÇO DE LÍNGUA, loc. Descompostura, xingação.
REBENQUE, s. Chicote curto, com o cabo retovado, com uma palma de couro na extremidade. Pequeno relho.
REBENQUEADOR, s. Aquele que rebenqueia, que fustiga com o rebenque. || Fig. Aquilo que rebenqueia, isto é, que maltrata, que faz sofrer, que pelo seu grande encanto acende viva paixão.
REBOLEAR, v. Dar movimento de rotação ao laço ou à boleadeira a fim de lançá-los sobre o animal que se pretende prender.
REBOLEIRA, s. Touceira de ervas ou de arbustos.
REBOLQUEAR-SE, v. Rolar o animal pelo chão, fazendo movimentos com a intenção de libertar-se da armada que o prende.
RECAUS, s. Arreios de montaria. Recau.
RECAVÉM, s. Parte posterior do leito do carro ou carreta. || Traseiro, bunda, nádegas.
RECOLHIDA, s. Ato de recolher, ou seja, de trazer o gado para o curral ou mangueira.
RECONVÊNCIA, s. Reconvença. Incumbência, encargo, missão.
RECOSTA, s. Encosta. Terreno junto às fraldas de uma elevação. Solais.
RECRUTA, s. Ato de camperiar gado extraviado, fugido. || Peonada encarregada de recolher o gado extraviado de uma estância ou disperso de uma tropa. || A porção de gado recrutado. || Reunião, arrebanhamento; reculuta.
RECULUTA, s. O mesmo que recruta (de que é corruptela).
RÉDEA, s. Brida. Correia para guiar a cavalgadura. (Este vocábulo, clássico da língua, é empregado nas seguintes expressões gauchescas: A meia rédea, bancar nas rédeas, bom de rédeas, dar rédea, de rédea no chão, redomão de rédeas) || Direção, condução, governo.
REDEMOINHO, s. Ato de redemoinhar. Círculo contínuo que o gado inquieto começa a percorrer no rodeio ou em tropa.
REDEPENTE, s. Repente, ímpeto, relance.
REDOMÃO, s. Cavalo novo que está sendo domado, ou recém-domado, que ainda não está bem manso. Fem.: redomona.
REFILÃO, s. Raspão. Lance difícil, apertura, agitação.
REFOLHAR, v. Bater com os pés no chão repetidamente.
REFUGAR, v. Escapar-se, esquivar-se, fugir o animal à entrada da mangueira ou curral.
REGALO, s. Presente, brinde. Objeto vistoso, bonito.
REGEIRA, s. Corda de couro que se prende à cabeça dos bois, com uma volta passada pela orelha, do lado externo, para guiá-los quando presos ao arado, carreta, carro ou zorra de uma só junta de bois.
REINAÇO, s. Cio.
REINAR, v. Entrar a fêmea no cio. || Empacar, emperrar, mostrar-se desobediente, o animal. || Trabalhar com má vontade; ser vagaroso e executar mal o trabalho. || Fazer manha, incomodar e chorar, a criança. || Ser difícil de acender e manter aceso, o fogo. || Emperrar ou funcionar mal, a máquina ou aparelho. || Zangar-se, irritar-se, encolerizar-brigar, reclamar.
REIUNAR, v. Tornar reiúno (o cavalo), dando-lhe um corte numa das orelhas, indicando assim que ele pertence ao governo, do Estado ou da União. || Fig. Golpear, furar (alguém).
REIÚNO, s. Antigamente, animal pertencente ao rei, daí o termo. Diz-se de ou animal sem dono, ou cujo dono é desconhecido, e que aparece nas estâncias. Teatino. Realengo. Var. Reúno. || adj. Ruim. Ordinário. De má qualidade.
RELANCINA, s. Relance, repente, rapidez, velocidade. É usado na locução adverbial de relancina: repentinamente, de relance.
RELHO, s. Chicote com cabo de madeira e açoiteira de tranças semelhantes à de laço, com um pedaço de guasca na ponta. Azorrague, ou açoite, feito de couro torcido. Rebenque, manco, rabo-de-tatu.
RENGO, adj. Diz-se do animal ou da pessoa que manqueja de uma das pernas. Coxo. Manco.
RENGUEAR, v. Claudicar dos membros posteriores, coxear, caminhar arrastando uma perna. Tornar rengo um animal ou uma pessoa.
REPONTAR, v. Tocar o gado por diante de um lugar para outro. || Correr, nas carreiras de cavalos, um dos corredores, logo atrás do parelheiro adversário, como se o fosse repontando, isso é, tocando por diante. || Procurar as éguas, o garanhão, para cobri-las; rufiar. || Fig. Procurar insistentemente uma mulher, requestá-la, com intenção de a possuir.
REPONTE, s. Ato de repontar, de manter o gado no pastorei o sob vigilância, a fim de que não se desgarre.
RÊS, s. Animal vacum.
RESSOLANA, s. Soalheira. Sol forte que aparece intermitentemente nos dias de chuva.
RESSOLHADOR, adj. Diz-se do animal que respira com dificuldade quando anda, emitindo um som característico nas vias respiratórias. || Diz-se do cavalo que se ofusca com o sol muito forte.
RESSOLHAR, v. Resfolegar ruidosamente (o cavalo). || Ter o cavalo os olhos prejudicados pela ação do sol muito forte.
RESTINGA, s. Mato constituído de árvores de pequeno porte, nas baixadas, à margem de rios, arroios ou sangas.
RETACO, adj. Diz-se do homem ou animal de pequena altura, porém entroncado e forte. Baixote, atarracado, cheio de corpo.
RETALHADO, s. e adj. Diz-se do garanhão em que foi praticada uma operação que não lhe permite fecundar as éguas. Serve apenas para mantê-las reunidas e despertar-lhes o cio que facilita o trabalho do reprodutor, geralmente um burro-choro.
RETOUÇAR, v. Faceirar, namorar, brincar.
RETOVAR, v. Cobrir, vestir com couro. Envolver com couro objetos de uso campeiro. Assim, diz-se retovar as bolas, um cabo de relho, o cabo de uma faca, etc.
RETOVO, s. Invólucro, cobertura de couro que é costurada sobre alguns objetos campeiros, como sejam cabos de relho, bolas, cabos de faca, etc.
RETROVIR, v. Recuar, regressar, voltar ao ponto de partida.
REÚNO, adj. O mesmo que reiúno.
REVIRA, s. Agitação, tumulto, barafunda, barulho.
REVIRADO, s. Provisão de alimento para viagem, preparada com carne, envolta com farinha de mandioca; farnel, paçoca || Sobras do almoço (arroz, feijão, carne, batata, etc.) misturadas numa panela para servir no jantar.
RINCÃO, s. Ponta de campo cercada de rios, matos ou quaisquer acidentes naturais, onde se pode pôr os animais a pastarem com segurança; pago, querência.
RINCONADA, s. Rincão.
RINCONAR, v. Ver arrinconar.
RIO GRANDE, s. Antiga denominação do Estado do Rio Grande do Sul.
RISCADA, s. Movimento rápido, ágil, a cavalo; disparada.
RISCAR, s. Sair a galope; riscar estrada: disparar.
ROCINAR, v. Tornar o animal bem manso e obediente à ação das rédeas, em complementação à doma.
RODADA, s. Queda do animal de montaria, para a frente, quando vai a trote ou a galope.
RODADO, s. Conjunto de rodas de qualquer veículo. Um par de rodas de um veículo. || Um queijo circular em forma de roda.
RODAR, v. Cair para a frente o animal de montaria quando a trote ou a galope, montado ou não.
RODEIO, s. Lugar no campo de uma estância onde habitualmente se reúne o gado para contar, apartar, examinar, marcar, assinalar, castrar, vacinar, dar sal, curar bicheiras, etc. || Figuradamente, paradouro, conjunto, grupo.
RODELA, s. Mentira, patranha.
RODILHA, s. Nome dado a pequenas voltas que se fazem junto à armada do laço, quando este é manejado.
RONDA, s. Serviço de vigilância a que se submete a tropa de gado nos pousos ou sesteadas. Vigília, pastoreio.
ROR DE, expr. O mesmo que um rol de.
ROSETA, s. Peça móvel da espora, constante de roda dentada, que serve para picar o animal.
ROSILHO, adj. Cavalo de pelo avermelhado salpicado de fios de cor branca, o que lhe dá o aspecto de cor rosada.
RUANO, adj. Diz-se do cavalo de pelo alazão-claro, com a crina e a cola de cor amarelo-clara, quase branca, ou branca.
RUFAR, v. Fazer tropel. Correr para dispara em direção a.
RUFIÃO, s. Cavalo inteiro, destinado à reprodução. Garanhão, pastor. || Figuradamente, indivíduo dado a namoro, femeeiro; cafetão, gigolô.
RUFIAR, v. Procurar éguas para a cobertura (o reprodutor cavalar).
RUMEAR, v. Rumar, tomar caminho, tomar direção. Rumbear.
RUSGAR, v. Brigar, provocar, fazer rusgas, resmungar.
RUSSILHONAS, s. e adj. Botas de cano comprido, próprias para montaria. || Botas de cano alto, de couro amarelo ou amarelado.
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Fonte:colafinaecascagrossa
Até mais!
Equipe Tête-à-Tête

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