PABULAGEM, s. Pedantismo, gabolice, vanglória, impostura.
PAÇOCA, s. Comida campeira feita com charque aferventado ou assado, cortado em pedaços médios e socado no pilão com farinha de mandioca. Dura muitos dias, por isso é indicado para viagens longas. || Qualquer comida seca mexida com farinha de mandioca. || Coisa embrulhada, complicada; confusão, mistura, trapalhada.
PAGO, s. Lugar em que se nasceu, o lar, o rincão, a querência, o povoado, o município em que se nasceu ou onde se reside.
PAISANO, adj. Do mesmo país. || Amigo, camarada. || Camponês, não militar.
PAJONAL, s. Pantanal, banhado extenso; capinzal bravo, restolhal, restolhada. Terreno coberto de santa-fé e outras gramíneas.
PALA, s. Poncho leve, feito em geral de brim, vicunha ou seda, de feitio quadrilátero, com as extremidades franjadas. Usa-se enfiado ou em torno do pescoço, como cachecol.
PALANQUE, s. Esteio grosso e forte cravado no chão, com mais de dois metros de altura e trinta centímetros aproximadamente de diâmetro, localizado na mangueira ou curral, no qual se atam os animais, para doma, para cura de bicheiras ou outros serviços.
PALETA, s. Omoplata ou espádua do animal. O mesmo que pá. Aplica-se também às pessoas.
PALETADA, s. Choque com a paleta. Fig. Arremetida, investida, impulso.
PALETEAR, v. Cravar as esporas no animal.
PALHEIRO, s. Cigarro feito com fumo crioulo, enrolado em palha de milho; cigarro crioulo, baio, crioulo, pito.
PAMPA, s. Denominação dada às vastas planícies do Rio Grande do Sul e dos países do Prata, cobertas de excelentes pastagens, que servem para criação de gado, principalmente bovino, cavalar e lanígero. Apesar de ser usado algumas vezes no feminino, o termo é considerado do gênero masculino pela maioria dos estudiosos da matéria. || Pelo de cavalo que apresenta uma orelha de uma cor e a outra de uma cor diferente; que apresenta a cabeça, ou a maior parte dela, branca, e o corpo de pelagem escura; que apresenta grande parte do corpo de uma cor e o restante de cor diferente.|| Nome dado aos antigos índios que habitavam o pampa (orig. da língua quíchua pampa: campo aberto, planura, savana).
PAMPEANO, adj. Relativo ao pampa, pertencente ao pampa. O mesmo que pampiano.
PANDILHA, s. Bando, grupo, quadrilha de malfeitores ou de animais.
PANGARÉ, adj. Cavalo cujo pelo é de um tom vermelho amarelado. || Matungo, cavalo ruim.
PAPILHA, s. Barbela do galo.
PAPILHEIRO, s. Diz-se do galo de briga que, na rinha, faz a presa na papilha do competidor.
PAQUETE, adj. Bem vestido; elegante, chique, faceiro. || s. Menstruação.
PARADA, s. Importância em dinheiro pela qual se contrata uma corrida de cavalos ou uma rinha de galos. Valor da aposta. Uma jogada. || Um encontro entre adversários. || Fanfarrice, presunção, pedantismo, jactância, vanglória, gabolice, farroma, bravata, conversa fiada. || expr. De parada morta: Aplica-se à carreira em que se estabelece a cláusula de ficar obrigado ao pagamento da importância apostada, como se perdesse a carreira, o apostante que por qualquer razão, mesmo doença, não fizer correr o seu cavalo.
PARADISTA, adj. Fanfarrão, blasonador, prosa, presunçoso, pomadista.
PARADOURO, s. Lugar onde habitualmente o gado manso passa a noite, em geral próximo à casa da estância. Var.: Parador, paradeiro.
PARAR PATRULHA, expr. Resistir a uma agressão. Responder a uma ofensa. || Zangar-se, aborrecer-se.
PARCERIA, s. Grupo de parceiros de jogo.
PARELHEIRO, s. Cavalo preparado para a disputa de carreiras. Cavalo de corrida. (Prov. deriva de parelha, já que, anteriormente, a maioria das corridas realizadas no RS eram com apenas dois cavalos).
PARELHO, adj. Diz-se do campo que se estende sem ondulações. Liso, plano, sem asperezas.
PARENTALHA, s. Parentela. Os parentes.
PARRANDA, s. Associação de velhacos organizada para burlar os incautos.
PARTIDA, s. Nome dado a breves corridas que se realizam, como ensaio, imediatamente antes da largada dos parelheiros.
PARTIDO, s. Vantagem dada nas corridas de cavalo.
PASSADOR, s. Peça de tentos trançados em forma de anel ou de pequeno canudo, com que se apertam várias partes dos arreios, como peitoral, rabicho, loros, maneia, etc.. || Corredor. || Enfeite circular na haste da bomba do chimarrão.
PASSARINHEIRO, adj. Diz-se do animal de montaria que, andando na estrada, se assusta com qualquer coisa, priscando para os lados. Assustadiço, cheio de sestros.
PASSO, s. Lugar no rio ou no arroio onde costumam passar os viajantes, a cavalo, a nado, a bola pé, ou embarcados; passagem, cruzador. || Certa maneira cômoda de andar do animal de montaria, mais lenta que o trote. (Dimin.: passito)
PASTOR, s. Garanhão, rufião. Cavalo inteiro, reservado para fecundar as éguas.
PASTOREIO, s. Lugar em que se pastoreia ou pastoreja o gado. O gado submetido a pastoreio.
PASTOREJAR, v. Pastorear. || Em sentido figurado, cortejar, requestar.
PATACÃO, s. Antiga moeda de prata no valor de 2$000 (dois mil réis).
PATALEAR, v. Espernear, patear, dar com as patas.
PATRÃO, s. Proprietário da estância ou fazenda. || Designação dada ao presidente de Centro de Tradições Gaúchas (CTG).
PATRÃO DO CÉU, s. Deus. O mesmo que Patrão-Santo, Patrão-Grande, Patrão-Velho.
PATRÍCIO, s. Coestaduano.
PEALO, s. Ato de arremessar o laço e, por meio dele, prender as patas do animal que está correndo e derrubá-lo. || Figuradamente, pealar significa armar cilada para apanhar alguém em falta, enganar, pegar de surpresa.
PEÃO, s. Homem ajustado para o trabalho rural. Conchavado. Empregado para condução de tropa; o tropeiro. Nome dado aos empregados de classe inferior das estâncias ou de estabelecimentos congêneres; o que se dedica aos trabalhos de roça, com vencimentos diários ou mensais; o que acompanha viajantes, etc. (Fem.: peona ou peoa; pl.: peões, peãs).
PECHADA, s. Choque, encontrão, colisão. Golpe dado com o peito. Embate entre dois cavaleiros que correm em direções opostas. Embate de um cavaleiro com um animal, com uma árvore, com uma cerca, com qualquer coisa.
PÉCORA, s. Moça enamorada, rapariga leviana.
PEÇUELO, s. Espécie de alforje duplo, de couro ou de lona, usado na garupa do cavalo, em que o viajante conduz roupas e outras utilidades. Var.: Pessuelo.
PÉ-DE-AMIGO, s. Sistema de peia do animal cavalar ou muar que consiste em passar-lhe, pelo grosso do pescoço, junto às cruzes, um laço, maneador ou outra corda, em que se dá um nó pelo qual corre uma laçada que vai prender uma das patas traseiras e levantá-la a um palmo ou dois de altura, deixando o animal apoiado apenas em três pés, o que lhe dificulta os movimentos e o impossibilita de dar coices.
PÉ-DE-CHUMBO, s. Designação depreciativa dada aos portugueses.
PEDERNEIRA, s. Pedra muito dura, que produz faíscas, quando friccionada com um fragmento de aço; sílex, pedernal, pedra de fogo.
PEGADO, adj. Diz-se do animal preso à soga ou cabresto, ou em estrebaria ou piquete, pronto para ser utilizado a qualquer momento.
PEIA, s. Prisão de corda ou de ferro que segura os pés das bestas; trabelho. || Fig. Embaraço, impedimento, estorvo, empecilho.
PELANCA, s. Pele flácida, pelhanca. || Veterano.
PELEADOR, adj. e s. Diz-se de ou aquele que é dado a brigas ou peleias; pelejador.
PELEAR, s. Brigar, lutar, combater, pelejar, teimar, disputar.
PELECHAR, v. Mudar o animal de pelo, o que acontece, geralmente, no princípio do verão.
PELEGA, s. Cédula de dinheiro, nova ou de grande valor.
PELEGO, s. Pele de carneiro ou de ovelha, de forma retangular, com a lã natural, que se coloca sobre os arreios, para tornar macio o assento do cavaleiro. || Passo errado nas danças gauchescas. || Agente disfarçado do governo que atua politicamente nos sindicatos de trabalhadores.
PELEIA, s. Peleja, pugilato, contenda, briga, rusga, disputa, combate, luta entre forças beligerantes. Pelea. PELO, s. Pelagem, pelame. A cor do pelo dos animais.
PENCA, s. Carreira em que tomam parte muitos animais. Califórnia. || Grande quantidade.
PENDER, v. Mudar a direção da marcha.
PENICAR, v. Pinicar, beliscar, cutucar, ferir o cavalo com a roseta da espora.
PENTE FINO, s. e adj. Indivíduo velhaco, finório, manhoso, ladino, espertalhão, pouco escrupuloso, que de tudo tira proveito. PEONA, s. Fem. de peão. Var.: peoa.
PEONADA, s. Peonagem. Grande número de peões ou peãs. O conjunto de peões ou peãs de uma estância, de uma tropa, de uma empreitada de obra.
PEQUENITATE, adj. Muito pequenino. PERAU, s. Despenhadeiro, itaimbé, precipício, declive áspero que dá para um rio. Orig. do Tupi: caminho falso.
PERDIDAÇO, adj. Superlativo de perdido.
PERNETEAR, v. Mancar, claudicar, coxear, pernear, espernear, patalear.
PESADO, s. adj. Diz-se do indivíduo importante, poderoso, conceituado, respeitado. || Azarado.
PETIÇO, s. Cavalo pequeno, curto, baixo, de bons músculos, bem proporcionado. || Por extensão, pessoa de pequena estatura.
PIÁ, s. Menino, guri, caboclinho.
PIAVA, s. Piaba. Peixe muito apreciado pelo seu sabor.
PICAÇO, adj. Diz-se do cavalo de pelo escuro com a testa e as patas brancas.
PICADA, s. Caminho, geralmente estreito, que se faz no mato, para trânsito de cavaleiros ou de viaturas rústicas.
PICANA, s. Aguilhada. Vara comprida, com um prego na ponta, usada para conduzir e para ferroar os bois de tração.
PICANHA, s. Parte posterior e lateral da região lombar de rês. Anca do animal vacum ou cavalar.
PICUMÃ, s. Fuligem que se acumula sob o teto dos galpões ou das cozinhas de chão.
PIGUANCHA, s. Pinguancha. China, chinoca, caboclinha, moça, rapariga. || Mulher de vida fácil.
PILCHA, s. Vestimenta típica do gaúcho. Traje de honra e de uso preferencial no RS, para ambos os sexos (bombacha e seus complementos para o homem, e vestido de prenda para a mulher). || Adorno, joia, adereço. || Dinheiro. || Qualquer objeto de valor, como arreios, anéis, roupas.
PILOTO, s. Agrimensor (esta função era geralmente desempenhada por pilotos de embarcações). || Diz-se de, ou uma variedade de pano, espécie de briche (tecido de lã, castanho, felpudo).
PINGAÇO, s. Aumentativo de pingo. Cavalo vistoso, bom e bonito.
PINGO, s. Cavalo bom, corredor, bonito, vistoso, fogoso, árdego (impetuoso, arrebatador).
PIOLA, s. Cordão, barbante, pedaço de corda.
PIPOCAR, v. Pipoquear.
PIPOQUEAR, v. Arrebentar, estalar como pipoca. Crepitar. O mesmo que pipocar.
PIQUETE, s. Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao pasto os animais utilizados diariamente. || Animal que é mantido preso para ser encilhado a qualquer momento.
PITAR, v. Fumar.
PITO, s. Cigarro. || Ralho, carão, advertência. Passar um pito: repreender, descompor.
PLANCHAÇO, s. Pancada dada de prancha com o facão, a adaga ou a espada.
PLANCHADOR, adj. Animal que se plancheia, ou cai de lado com facilidade; que escorrega com as quatro patas.
PLANCHEAR, v. Cair o cavalo de lado com o cavaleiro. Levar uma planchada (queda).
PLATA, s. Prata, dinheiro. É termo espanhol.
POBRERIO, s. Porção de pobres. A classe pobre. Os pobres, a pobreza.
PODRE DE MANSO, expr. Diz-se do animal muito manso, de toda a confiança.
POLCA DE DAMAS, s. Polca em que as mulheres escolhem seus pares.
POLCA-MANCADA, s. Antiga polca, dançada principalmente no campo, acompanhada de cantigas.
POLVADEIRA, s. Poeirada, nuvem de pó, grande quantidade de poeira.
POLVARIM, s. Pólvora negra, de grãos muito finos; pólvora de atirar|| Pó que sai da pólvora. Var.: Polvorim.
POLVORINHO, s. Utensílio onde se leva pólvora para a caça. Var.: Polvarinho.
PONCHADA, s. Pancada com o poncho. || Grande quantidade de dinheiro ou de objetos.
PONCHO, s. Espécie de capa de lã, de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por onde se enfia a cabeça. Tradicional agasalho do gaúcho do campo, na cama, serve de coberta; a cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.
PONTA, s. Pequena porção de animais.
PONTAÇO, s. Pontoada, golpe ou ferimento com a ponta da faca, da adaga, do facão, da espada, da bengala, ou de qualquer outro instrumento.
PONTA DE GADO, s. Pequena quantidade.
PONTEAR, v. Ir à frente, tomar a frente ou ponta, na marcha de gado ou, por extensão, de pessoas.
PONTEIRO, s. O campeiro, ou animal, que vai à frente da tropa para regular-lhe a marcha e guiá-la no caminho a seguir.
PORONGO, s. Cuia. O fruto da planta de mesmo nome, do qual, depois de vazios das sementes, e secos, se fazem cuias, que servem para se preparar, e por elas se beber, o chimarrão.
PORONGUDO, adj. Designativo do cavalar que tem nos membros uma grande exostose (proliferação óssea, de caráter benigno, na superfície do osso), a qual dá a impressão de um porongo.
PORQUERIA, s. Porcaria, coisa nojenta.
PORTEIRA, s. Cancela, portão de entrada para propriedades rurais, mangueiras, lavouras, invernadas, potreiros.
POSTEIRO, s. Agregado de estância que mora geralmente nos limites do campo, o qual é incumbido de zelar pelas cercas, cuidar do gado, não permitir invasão de estranhos, ajudar nos rodeios e executar outras tarefas.
POSTO, s. Local da estância, dotado de casas de moradia, mangueira, etc., onde mora o posteiro.
POTRADA, s. Uma porção de potros. Os potros.
POTREIRO, s. Campo de pequena área, cercado, maior que o piquete e menor que a invernada, próximo à estância, com pastagem e aguada, no qual se guardam os animais utilizados diariamente, ou os que estejam necessitando de cuidados especiais.
POTRILHO, s. Animal cavalar durante o período de amamentação, isto é, com até dois anos de idade. Potranco, potreco, potranquinho.
POTRO, s. Cavalo novo ou não, ainda xucro ou com apenas alguns galopes. Poldro.
POUSADA, s. Pernoite, pouso.
POUSAR, v. Pernoitar. || Descansar o pássaro depois de voar.
POUSO, s. O mesmo que pousada. Pernoite. O lugar onde se pernoita.
POVARÉU, s. Multidão de pessoas.
POVO, s. Vila aldeia, povoação, lugarejo, aglomerado de casas de moradia.
PRA MODE, expr. Para, devido a, por causa de, com o fim de.
PREGAÇO, s. Ferimento com instrumento perfurante; pregada.
PRENDA, s. Joia, relíquia, presente de valor. || Em sentido figurado, moça gaúcha.
PRENDISTA, s. Fabricante de prendas, ou joias.
PREPAROS, s. Aperos, arreios. Peças que formam o arreamento do animal de montaria, de tração ou de carga. O conjunto dos aparelhos de couro dos serviços das carretas de boi.
PRESILHA, s. Extremidade do laço oposta à argola, constituída de alça provida de um botão de couro. A presilha é que liga o laço ao cinchador existente na argola do travessão da cincha, no lado direito do animal.
PRISCO, s. Ato de priscar. Pulo, desvio, fuga com o corpo, negaça; salto para o lado, para não ser pegado.
PRO CASO, loc. adv. Aliás. Diga-se de passagem. Por sinal. Para encurtar o caso. Finalmente. Para terminar. Para pôr o ponto final na história. O mesmo que pro causo.
PUAVA, s. e adj. Animal espantadiço, arisco, aruá, fuá, indócil, buzina, brabo, mau, manhoso, bravio.
PULPEIRO, s. Dono de pulperia. Taverneiro.
PULPERIA, s. Taverna. Venda, bodega, pequena casa de negócio. (Termo platino).
…
Fonte:colafina&cascagrossa
Até mais!
Equipe Tête-à-Tête


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