Busca

TÊTE-À-TÊTE

Conservando Valor

Tag

ortega y gasset

JOSÉ ORTEGA Y GASSET: A FILOSOFIA DA MODERNIDADE

José Ortega y Gasset (1883–1955) foi um dos mais importantes filósofos e ensaístas espanhóis do século XX. Sua obra exerceu influência decisiva na filosofia hispânica, na sociologia, na educação e no pensamento político europeu. Dotado de estilo literário refinado e... Continue lendo →

A DESUMANIZAÇÃO DA ARTE & OUTROS ESCRITOS, DE ORTEGA Y GASSET

Introdução Publicado originalmente em 1925 e posteriormente reunido em edições ampliadas, A Desumanização da Arte & Outros Escritos é uma das obras mais influentes e provocativas do filósofo espanhol José Ortega y Gasset. Nela, Ortega articula uma crítica filosófica e... Continue lendo →

“UMA INTERPRETAÇÃO DA HISTÓRIA UNIVERSAL”, DE ORTEGA Y GASSET

O livro "Uma Interpretação da História Universal" , escrito pelo filósofo espanhol José Ortega y Gasset , é uma obra densa e profunda que reflete a visão crítica e original do autor sobre o desenvolvimento histórico da humanidade. Publicado originalmente em 1948, esse trabalho não pretende ser uma narrativa cronológica dos fatos históricos, mas sim uma reflexão filosófica sobre os princípios que movem a história. Ortega busca explicar o processo histórico através de uma análise das forças e ideias que moldaram a sociedade ao longo do tempo. Contexto da obra José Ortega y Gasset (1883-1955) é um dos mais influentes pensadores espanhóis do século XX. Sua obra abrange temas como filosofia, política, sociologia e cultura, sempre desenvolvidos de uma perspectiva humanista. "Uma Interpretação da História Universal" faz parte de um conjunto maior de reflexões filosóficas de Ortega, nas quais ele busca questionar as propostas tradicionais sobre a história e propor uma nova abordagem para compreendê-la. Ortega escreveu a obra em um contexto pós-Segunda Guerra Mundial, período em que o mundo tentava entender as raízes dos conflitos globais e a ascensão de ideologias totalitárias. Ele vê a história como o campo em que o homem lida com suas possibilidades, e é nesse movimento de escolher caminhos que se abrem a trama histórica. Uma visão histórica de Ortega y Gasset O foco principal de Ortega é entender a história como uma narrativa de ações humanas, onde o ser humano, como protagonista, vive em constante tensão entre suas necessidades individuais e as demandas da civilização. Ortega rejeita a ideia de que a história seja movida exclusivamente por grandes homens ou por forças impessoais, como muitas correntes historiográficas defendidas. Em vez disso, ele sugere que o processo histórico é resultado de ações conjuntas de indivíduos, movidas por situações que mudam e evoluem ao longo do tempo. Uma das ideias centrais de Ortega é o conceito de "razão vital", que ele desenvolveu em outras obras, como em "A Rebelião das Massas" . A "razão vital" defende que a vida e a realidade são dinâmicas e que o homem não vive isolado de sua circunstância. Para Ortega, a história não é uma simples sequência de acontecimentos, mas sim uma interação entre o homem e sua situação. As circunstâncias, segundo o autor, são os limites da realidade humana, mas também suas oportunidades de ação e mudança. Essa visão difere de outras interpretações clássicas da história, como a historiografia marxista, que privilegia as estruturas econômicas, ou as narrativas heróicas, que focam em figuras de poder. Para Ortega, a história é composta por uma complexa teia de relações entre os indivíduos e os contextos em que vivem, e é uma ação consciente e criativa desses indivíduos que dá formação ao destino das civilizações. O papel das ideias na história Outro aspecto crucial no pensamento de Ortega é o papel das ideias na história. Ele argumenta que as ideias, em diferentes períodos históricos, funcionam como o Alicerce sobre o que as civilizações constroem suas instituições, valores e formas de organização social. Essas ideias, no entanto, não são eternas. Elas nascem, se desenvolvem, entram em decadência e, eventualmente, são remanescentes por novas concepções. Ortega identifica diferentes épocas históricas nas quais predominam certas ideias ou cosmovisões que moldam a cultura e a política de sua época. Ele examina, por exemplo, o impacto das ideias cristãs na Idade Média e o surgimento do racionalismo na Idade Moderna, sempre com o olhar de um filósofo que enxerga a história como um campo de lutas intelectuais. As transformações históricas, segundo ele, não ocorrem apenas por pressões econômicas ou militares, mas pela substituição de sistemas de ideias que permitem ser eficazes para dar sentido à vida das pessoas. A decadência das civilizações Um dos temas recorrentes na obra de Ortega é a decadência das civilizações. Para ele, o declínio de uma civilização ocorre quando as ideias que sustentam sua ordem social e política perdem sua força vital. Nesse ponto, a civilização entra em crise, pois os indivíduos deixam de acreditar nos valores que antes os guiavam. Ortega argumenta que a modernidade ocidental enfrentou uma crise profunda, marcada pela perda de direção e significado. O individualismo excessivo, a falta de uma visão compartilhada de futuro e a incapacidade de as novas gerações se conectarem com as tradições herdadas são sintomas dessa decadência. Para Ortega, é fundamental que uma nova visão de mundo seja criada para substituir a velha, pois a história não tolera o aspirador. Se uma sociedade não encontra novas ideias para guiar seu desenvolvimento, ela entra em colapso. Crítica à "massa" Ortega também faz uma crítica à "massa", que ele desenvolve em maior detalhe em sua obra "A Rebelião das Massas". Ele utiliza o termo "massa" para se referir àqueles indivíduos que não exercem pensamento crítico, que se contentam em seguir o fluxo das situações sem refletir sobre elas. Para ele, o crescimento da massa é um dos grandes problemas da modernidade, já que a passividade intelectual da maioria dos indivíduos enfraquece a capacidade da sociedade de se renovar e de enfrentar os desafios históricos. No contexto da interpretação da história, a massa não é capaz de influenciar positivamente o curso dos acontecimentos, pois é de maneira reativa, ao invés de proativa. Ortega, portanto, acredita que as sociedades selecionadas de elites intelectuais e espirituais que sejam capazes de liderar a criação de novas ideias e valores. Relevância da obra "Uma Interpretação da História Universal" é uma obra de grande relevância para aqueles que buscam entender a filosofia da história e o papel do indivíduo no processo histórico. Ortega y Gasset oferece uma alternativa às interpretações históricas que baseiam o ser humano em um mero agente de forças externas, seja o determinismo econômico do marxismo, ou as teorias do grande homem. A obra desafia o leitor a refletir sobre o papel das ideias, da cultura e da ação individual na história. Ao mesmo tempo, Ortega não oferece respostas simples; sua abordagem é filosófica e exige uma leitura atenta e reflexiva. Ele acredita que a história é, em última instância, uma obra humana e, como tal, está sempre aberta a novas interpretações e possibilidades. Conclusão "Uma Interpretação da História Universal" de José Ortega y Gasset é uma reflexão profunda sobre o processo histórico e o papel do ser humano na construção de sua realidade. Ortega desafia as teorias deterministas e oferece uma visão dinâmica da história, na qual o indivíduo, suas ideias e sua vida desempenham papéis centrais. O livro é uma leitura essencial para aqueles que desejam compreender a história de maneira mais filosófica e menos mecanicista. Sua análise crítica sobre o declínio das civilizações e o papel da massa na modernidade também oferece insights importantes sobre os dilemas contemporâneos. Ortega y Gasset nos convida a refletir sobre a nossa responsabilidade na criação e transformação da história, um tema que permanece tão relevante hoje quanto na época em que o livro foi escrito

ESPANHA INVERTEBRADA, POR JOSÉ ORTEGA Y GASSET

Espanha invertebrada Extratos do ensaio homônimo de José Ortega y Gasset, 19 anos após o fim do Império Espanhol e 17 antes da Guerra Civil. Madri, 1917 d.C. Tradução de Marcelo Consentino. ………… Ortega por Joaquín Sorolla, 1918 ……………….. Entre... Continue lendo →

A OBRA E O PENSAMENTO DE MIGUEL DE UNAMUNO E JOSÉ ORTEGA Y GASSET

Miguel de Unamuno, nascido em Bilbao a 29 de setembro de 1864, e José Ortega y Gasset, nascido em Madrid a 9 de maio de 1883, foram dois dos intelectuais mais influentes de toda a vivência espanhola. Ambos filósofos, desdobraram... Continue lendo →

Crie um site ou blog no WordPress.com

Acima ↑