“O Homem de Giz” é o romance de estreia da escritora britânica C.J. Tudor e se consolidou rapidamente como um thriller psicológico envolvente. Comparado frequentemente a obras de Stephen King, o livro publicado em 2018, se destaca por sua atmosfera sombria, narrativa não linear e personagens bem desenvolvidos. Misturando elementos de suspense, mistério e drama psicológico, Tudor constrói uma história repleta de reviravoltas e segredos enterrados no passado.


Enredo

A trama é contada sob a perspectiva de Eddie Adams, o protagonista e narrador, e alterna entre dois períodos distintos: 1986, quando Eddie é um garoto de 12 anos vivendo em uma pequena cidade inglesa, e 2016, já adulto e ainda lidando com os eventos traumáticos de sua infância.

Quando crianças, Eddie e seu grupo de amigos – Gav, Hoppo, Mickey e Nicky – costumavam se comunicar através de pequenos desenhos de bonecos de giz. O que parecia ser um jogo inocente se transforma em um pesadelo quando esses desenhos começam a levar a pistas de crimes violentos. O ápice ocorre quando um desses símbolos os leva até o corpo brutalmente desmembrado de uma jovem desaparecida.

Trinta anos depois, Eddie tenta seguir com sua vida, mas o passado nunca o deixou completamente. Quando ele e seus antigos amigos começam a receber novos desenhos de giz, a dúvida ressurge: seria uma brincadeira de mau gosto ou um aviso de que o verdadeiro assassino nunca foi encontrado? A partir daí, o protagonista se vê mergulhado novamente em mistérios que julgava enterrados.


Narrativa e Estilo

C.J. Tudor opta por um estilo de escrita ágil e direto, conduzindo a trama de forma não linear, alternando entre os eventos do passado e do presente. Essa estrutura cria um suspense constante, permitindo ao leitor reunir pistas ao mesmo tempo que o protagonista.

A ambientação sombria da pequena cidade inglesa contribui para o clima tenso e opressivo da história. Além disso, os personagens são construídos com profundidade, tornando suas ações e motivações críveis e humanas. Eddie, em especial, é um narrador pouco confiável, o que adiciona mais camadas ao mistério.


Temas Abordados

Além do mistério central, “O Homem de Giz” explora temas como:

Infância e perda da inocência: O livro mostra como os traumas da juventude podem reverberar na vida adulta.

Memória e percepção da realidade: Eddie frequentemente questiona suas lembranças, levantando a dúvida sobre o quanto da verdade ele realmente conhece.

Segredos e mentiras: A obra trabalha com o conceito de que todo mundo esconde algo e que o passado nunca desaparece completamente.


Pontos Positivos

  • Narrativa envolvente e ritmo bem construído.
  • Mistério bem amarrado, com reviravoltas inesperadas.
  • Personagens complexos e realistas, com desenvolvimento psicológico aprofundado.
  • Atmosfera sombria e inquietante, que prende o leitor até a última página.

Pontos Negativos

  • O desfecho pode parecer ligeiramente apressado para alguns leitores.
  • Algumas conexões entre eventos do passado e do presente poderiam ter sido mais exploradas.

Conclusão

“O Homem de Giz” é um thriller psicológico competente e viciante. C.J. Tudor entrega uma história bem construída, equilibrando mistério e tensão psicológica com eficiência. Para fãs de suspense e narrativas que brincam com a linha entre memória e realidade, esta é uma leitura altamente recomendada.


Até mais!

Equipe Tête-à-Tête