A crítica à arte moderna, sob a ótica conservadora de Roger Scruton, vai além de uma simples discordância estética. Para o filósofo, a arte moderna abandonou a busca pela beleza, substituindo-a por uma busca incessante por inovação, provocação e desconstrução dos valores tradicionais. Scruton argumentava que a beleza é essencial para a elevação da alma humana, e que a arte, quando se afasta desse princípio, perde sua função essencial de tocar o espírito e nos conectar com algo maior do que nós mesmos.

Segundo Scruton, a arte moderna muitas vezes busca chocar, em vez de inspirar. Ele via nas obras modernas uma tendência à feiura e à banalidade, um reflexo de uma sociedade que, em sua visão, se desconectou de suas raízes culturais e espirituais. Ao rejeitar a beleza, a arte moderna também rejeita a harmonia, a ordem e a técnica que foram valorizadas por séculos na história da arte ocidental. Em vez disso, ela abraça o caos e a desordem, resultando em obras que, para Scruton, não têm significado duradouro.

Scruton também criticava o relativismo estético que permeia o mundo da arte contemporânea. Para ele, a ideia de que “tudo pode ser arte” é uma armadilha que destrói os critérios objetivos de julgamento. Ele via nisso um sintoma de uma sociedade que perdeu o senso de certo e errado, de bem e mal, e que agora celebra a mediocridade em vez da excelência. Para Scruton, a verdadeira arte deve ser julgada por padrões de beleza e habilidade técnica, não por sua capacidade de provocar ou desconstruir convenções.

Além disso, Scruton argumentava que a arte moderna desumaniza as pessoas. Em vez de elevar o ser humano, ela frequentemente o rebaixa, apresentando uma visão de mundo pessimista e niilista, que desconsidera a dignidade humana. Scruton acreditava que esse tipo de arte não apenas falha em inspirar as pessoas, mas também contribui para uma sensação de desespero e desorientação cultural. Para ele, a arte deveria enaltecer e celebrar o que há de melhor na condição humana, não promover uma visão desoladora e desumanizante.

Em resumo, Roger Scruton criticava a arte moderna por seu abandono da beleza, da técnica e da dignidade humana. Ele defendia uma estética baseada em valores tradicionais, onde a arte cumprisse o papel de elevar o espírito e promover uma conexão com o que é verdadeiro e sublime. A visão conservadora de Scruton sobre a beleza era a de que ela não é um luxo ou um capricho, mas uma necessidade para a alma humana, algo que a arte moderna, em sua busca por novidade e provocação, muitas vezes negligencia.


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Benhur Teixeira – Equipe Tête-à-Tête