A Agenda 2030 da ONU, que traz como uma de suas principais metas a eliminação da pobreza no mundo até o ano de 2030, é amplamente vista como uma iniciativa bem-intencionada. No entanto, ao analisarmos profundamente seus objetivos e estratégias, percebemos que ela se aproxima mais de uma utopia do que de uma solução prática e eficaz para os problemas sociais globais. A ideia de erradicar a pobreza até 2030 ignora os verdadeiros motores que já promoveram uma drástica redução da pobreza mundial: a economia de mercado, o capitalismo e a defesa dos direitos individuais.

Os dados históricos são claros. A adoção do livre mercado em várias partes do mundo nas últimas décadas foi um grande responsável pela melhoria das condições de vida em países que antes enfrentavam níveis alarmantes de pobreza. Segundo o Banco Mundial, desde 1990, mais de 1,2 bilhão de pessoas vieram da extrema pobreza, um feito extraordinário que coincidiu com a globalização e a abertura econômica dos países em desenvolvimento. A China e a Índia, por exemplo, que implementaram reformas orientadas para o mercado, são casos emblemáticos desse específico, tirando milhões de pessoas da pobreza extrema num período curto.

Em contraste, a Agenda 2030 promove um discurso genérico de eliminação da pobreza, sem considerar o papel essencial do capitalismo e da livre iniciativa. Ela propõe intervenções estatais que, embora apresentadas como soluções para problemas reais, implicam no risco de centralizar ainda mais recursos e poder nas mãos do Estado. Quando olhamos para o século XX, vemos que experiências de concentração de poder estatal em economias socialistas resultaram em desastres econômicos e humanitários, como ocorreram na União Soviética, em Cuba e, mais recentemente, na Venezuela. A centralização de recursos e a falta de liberdade econômica nesses países geraram pobreza e desigualdade em vez de solucioná-las.

Os avanços contra a pobreza não foram conquistados por programas estatais amplos e ineficazes, mas pela expansão do mercado livre, que permite inovação, concorrência e desenvolvimento sustentável. O capitalismo, aliado ao império das leis e ao respeito aos direitos individuais, provou ser o sistema mais eficiente na geração de riquezas e na distribuição dessas riquezas de maneira justa e produtiva. A liberdade econômica, o direito à propriedade privada e a capacidade de empreender sem laços governamentais são os pilares que permitiram o avanço da humanidade em direção a um mundo com menos pobreza.

Por isso, devemos preocupar-nos com as agendas como a da ONU, que, apesar de apresentarem boas intenções, podem abrir perigos reais para uma intervenção estatal excessiva em áreas que pertencem ao mercado. A história já mostrou os danos causados ​​pela centralização de recursos e pela intervenção estatal exagerada na economia.

Devemos continuar defendendo a liberdade econômica, o respeito aos direitos individuais e a promoção do capitalismo como o verdadeiro caminho para a prosperidade, ao invés de submeter a soberania nacional aos ditames do aparato burocrático de uma organização que sabe perfeitamente ser impossível o cumprimento da referida Agenda sem que se coloque em risco os princípios democráticos e morais que ainda vigoram no Ocidente.


Até mais!

Equipe Tête-à-Tête