Otto Maria Carpeaux | O Jornal , 1944 (trecho)

“Ó romancista sério, embora inventando os seus fatos e personagens, está apresentando verdades, as suas verdades artísticas . … Não pretendo fazer acreditar que aqueles fatos do seu enredo novelístico realmente aconteceram ontem ou aconteceriam amanhã; pretendo apenas dizer que poderia acontecer, que são possíveis. Para convencer disso os leitores, usa um processo de simbolização: o que acontece, no romance, à pessoa Fulano, é de significação recebida , quer dizer, que tem importância também para o leitor Beltrano. Essa simbolização, meio indispensável de comunhão entre o romancista e seu público, é conseguida pela aplicação duma técnica de simbolização : a técnica do romance.”

— Carpeaux, “Formas do romance”, 1944

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Equipe Tête-à-Tête