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E TUDO VEM A SER NADA – POESIA DE CORDEL

Tanta riqueza inseridaPor tanta gente orgulhosa,Se julgando poderosaNo curto espaço da vida;Oh! que idéia perdida.Oh! que mente tão errada,Dessa gente que enlevadaNessa fingida grandezaJunta montões de riqueza,E tudo vem a ser nada. ... Autor: Silvino Pirauá de Lima Até mais!... Continue lendo →

MORRER DE AMOR, DE MARIA TERESA HORTA

Morrer de amorao pé da tua boca Desfalecerà peledo sorriso Sufocarde prazercom o teu corpo Trocar tudo por tise for preciso ... Maria Teresa Horta (1937) Até mais! Equipe Tête-à-Tête

TERROR DE TE AMAR NUM SÍTIO TÃO FRÁGIL COMO O MUNDO

Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo Mal de te amar neste lugar de imperfeiçãoOnde tudo nos quebra e emudeceOnde tudo nos mente e nos separa. ... Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) Até mais! Equipe... Continue lendo →

NÃO SE MATE – DRUMMOND

Carlos, sossegue, o amoré isso que você está vendo:hoje beija, amanhã não beija,depois de amanhã é domingoe segunda-feira ninguém sabeo que será.Inútil você resistirou mesmo suicidar-se.Não se mate, oh não se mate,Reserve-se todo paraas bodas que ninguém sabequando virão,se é... Continue lendo →

A UMA MULHER

Quando a madrugada entrou eu estendi o meu peito nu sobre o teu peitoEstavas trêmula e teu rosto pálido e tuas mãos friasE a angústia do regresso morava já nos teus olhos.Tive piedade do teu destino que era morrer no... Continue lendo →

A FELICIDADE

Tristeza não tem fimFelicidade sim…A felicidade é como a plumaQue o vento vai levando pelo arVoa tão leveMas tem a vida brevePrecisa que haja vento sem parar.A felicidade do pobre pareceA grande ilusão do carnavalA gente trabalha o ano inteiroPor... Continue lendo →

SONETO DE CONTRIÇÃO

Eu te amo, Maria, eu te amo tantoQue o meu peito me dói como em doençaE quanto mais me seja a dor intensaMais cresce na minha alma teu encanto.Como a criança que vagueia o cantoAnte o mistério da amplidão suspensaMeu... Continue lendo →

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!não é motivo para não querê-las.Que tristes os caminhos, se não foraa mágica presença das estrelas! ... Mário Quintana (1906-1994) Até mais! Equipe Tête-à-Tête

O MONTE E O RIO

Na minha pátria tem um monte.Na minha pátria tem um rio.Vem comigo.A noite sobe ao monte.A fome desce ao rio.Vem comigo.E quem são os que sofrem?Não sei, porém são meus.Vem comigo.Não sei, porém me chamame nem dizem: “Sofremos”Vem comigoE me... Continue lendo →

TENHO FOME DE TUA BOCA

Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teu pêloe por estas ruas me vou sem alimento, calado,não me nutri o pão, a aurora me altera,busco o som líquido de teus pés neste dia.Estou faminto de teu riso resvalado,de... Continue lendo →

O SONO DAS ÁGUAS

Há uma hora certa,no meio da noite, uma hora morta,em que a água dorme. Todas as águas dormem:no rio, na lagoa,no açude, no brejão, nos olhos d’água,nos grotões fundosE quem ficar acordado,na barranca, a noite inteira,há de ouvir a cachoeiraparar... Continue lendo →

NATAL

Jesus nasceu. Na abóbada infinitaSoam cânticos vivos de alegria;E toda a vida universal palpitaDentro daquela pobre estrebaria... Não houve sedas, nem cetins, nem rendasNo berço humilde em que nasceu Jesus...Mas os pobres trouxeram oferendasPara quem tinha de morrer na cruz.... Continue lendo →

VER AS COISAS ATÉ O FUNDO…

Ver as coisas até ao fundo...E se as coisas não tiverem fundo? Ah, que bela a superfície!Talvez a superfície seja a essênciaE o mais que a superfície seja o mais que tudoE o mais que tudo não é nada. Ó face... Continue lendo →

TEUS OLHOS TRISTES, PARADOS

Teus olhos tristes, parados,Coisa nenhuma a fitar...Ah meu amor, meu amor,Se eu fora nenhum lugar! ... Fernando Pessoa (1888-1935) Até mais! Equipe Tête-à-Tête

VERSO – SAIBA MAIS!

O verso corresponde a cada uma das linhas formam um poema. Já a estrofe é um conjunto de versos com sentido completo. O verso é o elemento que define a poesia, por oposição à prosa. Versos livres (irregulares) são aqueles que não possuem... Continue lendo →

CLARICE LISPECTOR: A PAIXÃO SEGUNDO GH – PÁGINAS DIVERSAS

(...)Pois em mim mesma eu vi como é o inferno...(...) p. 143 (...) E porque minha alma é tão ilimitada que já não sou eu, e porque ela está tão além de mim - é que sempre sou remota a... Continue lendo →

A ESTA HORA

A esta hora branda d'amargura,A esta hora triste em que o luarAnda chorando, Ó minha desventuraOnde estás tu? Onde anda o teu olhar? A noite é calma e triste... a murmurarAnda o vento, de leve, na doçuraIdeal do aveludado arOnde... Continue lendo →

SER POETA

Ser poeta é ser mais alto, é ser maiorDo que os homens! Morder como quem beija!É ser mendigo e dar como quem sejaRei do Reino de Aquém e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendorE não saber... Continue lendo →

EXTRAVIO

Onde começo,onde acabo,se o que está fora está dentrocomo num círculo cujaperiferia é o centro? Estou disperso nas coisas,nas pessoas, nas gavetas:de repente encontro alipartes de mim: risos, vértebras. Estou desfeito nas nuvens:vejo do alto a cidadee em cada esquina... Continue lendo →

NO CORPO

De que vale tentar reconstruir com palavraso que o verão levouentre nuvens e risosjunto com o jornal velho pelos ares? O sonho na boca, o incêndio na cama.o apelo na noiteagora são apenas estacontração (este clarão)de maxilar dentro do rosto.... Continue lendo →

A CONSCIÊNCIA DE EXISTIR, A RAIZ

A Consciência de existir, a raizDo ilimitado, omnímodo mistérioQue tem tronco de Ser, folhas de vidaFlores de sentimento e sofrimentoE frutos do pensar, podres depressa. A Consciência de existir, tormentoPrimeiro e último do raciocínioQue, porém, filho dela, a não atinge.A... Continue lendo →

PARA MIM SER É ADMIRAR-ME DE ESTAR SENDO

Horror da Morte A ilusão da vida, é horrorosa;Mas o horror de pensarQue a morte quebraEssa ilusão numa realidadeReveladora da verdade certa!Oh, esse horror! ... Fernando Pessoa (1888-1935) Até mais! Equipe Tête-à-Tête

TRADUZIR-SE

Uma parte de mimé todo mundo:outra parte é ninguém:fundo sem fundo. Uma parte de mimé multidão:outra parte estranhezae solidão. Uma parte de mimpesa, pondera:outra partedelira. Uma parte de mimalmoça e janta:outra partese espanta. Uma parte de mimé permanente:outra partese sabe... Continue lendo →

NÃO CREIO AINDA NO QUE SINTO

Não creio ainda no que sinto -Teus beijos, meu amor, que sãoA aurora ao fundo do recintoDo meu sentido coração... Não creio ainda nessa bocaQue, por tua alma em beijos dada,Na minha boca estaca e tocaE ali (...) fica parada.... Continue lendo →

ESCUTA-ME PIEDOSAMENTE

Escuta-me piedosamente.Não vale a pena amar-me não,Mas o que o meu coração sente -Ah, quero que te passe renteÀ ideia do teu coração... Quero que julgues que podiasSe quisesses, amar-me. SóSaber isso consolariaMinha alma erma de alegria...Ter a certeza do teu... Continue lendo →

AH O CREPÚSCULO, O CAIR DA NOITE, O ACENDER DAS LUZES NAS GRANDES CIDADES

Ah o crepúsculo, o cair da noite, o acender das luzes nas grandes cidades E a mão de mistério que abafa o bulício,E o cansaço de tudo em nós que nos corrompePara uma sensação exacta e precisa e activa da... Continue lendo →

TODAS AS CARTAS DE AMOR SÃO RIDÍCULAS

Todas as cartas de amor sãoRidículas.Não seriam cartas de amor se não fossemRidículas. Também escrevi em meu tempo cartas de amor,Como as outras,Ridículas. As cartas de amor, se há amor,Têm de serRidículas. Mas, afinal,Só as criaturas que nunca escreveramCartas de... Continue lendo →

LIBERDADE – FERNANDO PESSOA

Ai que prazerNão cumprir um dever,Ter um livro para lerE não o fazer!Ler é maçada,Estudar é nada.O sol doiraSem literatura.O rio corre, bem ou mal,Sem edição original.E a brisa, essa,De tão naturalmente matinal,Como tem tempo não tem pressa... Livros são... Continue lendo →

EM FRONTISPÍCIO

“Eu vos compensarei pelos anos que o gafanhoto comeu…”(Joel, 2: 25) O Senhor prometera nos compensar os anosque a legião dos gafanhotos devorara,meu coração, mas a promessa era tão raraque achei mais natural vê-Lo mudar de planos que afinal ocupar-Se... Continue lendo →

NOTURNO

Não sou o que te quer. Sou o que descea ti, veia por veia, e se derramaà cata de si mesmo e do que é chamae em cinza se reúne e se arrefece. Anoitece contigo. E me anoiteceo lume do... Continue lendo →

O MORTO HABITUADO

Não são leves os laçosdo absurdo exercício:o homem lado a ladocom seu laçado ritmo. muito menos cumpridodo que dependurado,plataforma do umbigoao pescoço do hábito. Mas ao engravatadoqual o conforto vindoprovar que o inimigonão inventou o laço? Por outro lado, faustodo... Continue lendo →

INTIMIDADE

No coração da mina mais secreta,No interior do fruto mais distante,Na vibração da nota mais discreta,No búzio mais convolto e ressoante, Na camada mais densa da pintura,Na veia que no corpo mais nos sonde,Na palavra que diga mais brandura,Na raiz... Continue lendo →

ESTA VIDA

Um sábio me dizia: esta existência,não vale a angústia de viver. A ciência,se fôssemos eternos, num transportede desespero inventaria a morte.Uma célula orgânica apareceno infinito do tempo. E vibra e crescee se desdobra e estala num segundo.Homem, eis o que... Continue lendo →

ANDAR?! NÃO ME CUSTA NADA!

Andar?! Não me custa nada!... Mas estes passos que dou Vão alongando uma estrada Que nem sequer começou. Andar na noite?!Que importa?... Não tenho medo da noite Nem medo de me cansar: Mas na estrada em que vou, Passo sempre... Continue lendo →

CREIO NOS ANJOS QUE ANDAM PELO MUNDO

Creio nosanjos que andam pelo mundo,Creio na Deusa com olhos de diamantes,Creio em amores lunares com piano ao fundo,Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes, Creio num engenho que falta mais fecundoDe harmonizar as partes dissonantes,Creio que tudo eterno num... Continue lendo →

A FLOR DO MARACUJÁ – FAGUNDES VARELA

Pelas rosas, pelos lírios,Pelas abelhas, sinhá,Pelas notas mais chorosasDo canto do sabiá,Pelo cálice de angústiasDa flor do maracujá! Pelo jasmim, pelo goivo,Pelo agreste manacá,Pelas gotas do serenoNas folhas de gravatá,Pela coroa de espinhosDa flor do maracujá! Pelas tranças da mãe-d'águaQue... Continue lendo →

NUMA PRAIA – LUÍS FILIPE CASTRO MENDES

Em cada corpo recomeça o mundo,mas onde então acaba este começo?Amor não sabe mais o que é profundo,vem da pele e respira só no verso. Passamos a toalha pelo corpo,com o suor a enxugar a morte:há gotas de água fria... Continue lendo →

CAMINHOS – DIRCEU DE OLIVEIRA FISCHER

O homem, quando completa oitenta anos, é jogado impiedosamente no outro lado da vida. Com a maturidade adquirida existe um dilema, encontra uma dubiedade na sua existência: o que podia ter feito e que não fez, e o que fez... Continue lendo →

LENDO TRADUÇÕES DE POEMAS ANTIGOS – LUÍS F. CASTRO MENDES

(traduções de poemas sânscritos) Que ficará das palavras que tantos escreveram sobre a terra? Às vezes, num velho mosteiro, aparece um rolo manuscrito e os poemas sânscritos são tão vivos, maliciosos, e ao mesmo tempo tão obedientes às fórmulas e... Continue lendo →

PROCURA – DIRCEU DE OLIVEIRA FISCHER

Na ingênua esperança de um dia encontrar-te deixo a solidão pela qual procuro esconder-me de mim mesmo e saio a tua procura. Abro minha alma à vida lá fora. Mas que surpresa? Ninguém sabe de ti, nem as flores que... Continue lendo →

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