Caso você queira posso passar seu terno, aquele que você não usa por estar amarrotado.Costuro as suas meias para o longo inverno...Use capa de chuva, não quero ter você molhado.Se de noite fizer aquele tão esperado frio poderei cobrir-lhe com... Continue lendo →
Abri curiosao céu.Assim, afastando de leve as cortinas. Eu queria entrar,coração ante coração,inteiriçaou pelo menos mover-me um pouco,com aquela parcimônia que caracterizavaas agitações me chamando Eu queria até mesmosaber ver,e num movimento redondocomo as ondasque me circundavam, invisíveis,abraçar com as... Continue lendo →
Meus companheiros amados,não vos espero nem chamo:porque vou para outros lados.Mas é certo que vos amo. Nem sempre os que estão mais pertofazem melhor companhia.Mesmo com sol encoberto,todos sabem quando é dia. Pelo vosso campo imenso,vou cortando meus atalhos.Por vosso... Continue lendo →
Nas palmas de tuas mãosleio as linhas da minha vida.Linhas cruzadas, sinuosas,interferindo no teu destino.Não te procurei, não me procurastes –íamos sozinhos por estradas diferentes.Indiferentes, cruzamosPassavas com o fardo da vida…Corri ao teu encontro.Sorri. Falamos.Esse dia foi marcadocom a pedra... Continue lendo →
Enquanto faço o verso, tu decerto vives.Trabalhas tua riqueza, e eu trabalho o sangue.Dirás que sangue é o não teres teu ouroE o poeta te diz: compra o teu tempo. Contempla o teu viver que corre, escutaO teu ouro de... Continue lendo →
Porque há desejo em mim, é tudo cintilância.Antes, o cotidiano era um pensar alturasBuscando Aquele Outro decantadoSurdo à minha humana ladradura.Visgo e suor, pois nunca se faziam.Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivoTomas-me o corpo. E que descanso me dásDepois... Continue lendo →
Por que me fiz poeta?Porque tu, morte, minha irmã,No instante, no centroDe tudo o que vejo. No mais que perfeitoNo veio, no gozoColada entre eu e o outro.No fossoNo nó de um íntimo laçoNo haustoNo fogo, na minha hora fria.... Continue lendo →
De um exílio passado entre a montanha e a ilhaVendo o não ser da rocha e a extensão da praia.De um esperar contínuo de navios e quilhasRevendo a morte e o nascimento de umas vagas.De assim tocar as coisas minuciosa... Continue lendo →
Janela, palavra linda.Janela é o bater das asas da borboleta amarela.Abre pra fora as duas folhas de madeira à-toa pintada,janela jeca, de azul.Eu pulo você pra dentro e pra fora, monto a cavalo em você,meu pé esbarra no chão. Janela... Continue lendo →
