MoORTErte, minha Senhora Dona Morte,Tão bom que deve ser o teu abraço!Lânguido e doce como um doce laçoE como uma raiz, sereno e forte. Não há mal que não sare ou não conforteTua mão que nos guia passo a passo,Em... Continue lendo →
Longe de ti são ermos os caminhos,Longe de ti não há luar nem rosas;Longe de ti há noites silenciosas,Há dias sem calor, beirais sem ninhos! Meus olhos são dois velhos pobrezinhosPerdidos pelas noites invernosas...Abertos, sonham mãos cariciosas,Tuas mãos doces plenas... Continue lendo →
A 8 de Dezembro de 1894 nascia, no distrito de Évora, Florbela Espanca, um dos nomes mais célebres da Poesia em Portugal. Trinta e seis anos mais tarde, precisamente a 8 de Dezembro de 1930, a poetisa cometia suicídio. Embora... Continue lendo →
A Noite passa, noivando.Caem ondas de luar.Lá passa a doida cantandoNum suspiro doce e brandoQue mais parece chorar! Dizem que foi pela morteD"alguém, que muito lhe quis,Que endoideceu. Triste sorte!Que dor tão triste e tão forte!Como um doido é infeliz!... Continue lendo →
A esta hora branda d'amargura,A esta hora triste em que o luarAnda chorando, Ó minha desventuraOnde estás tu? Onde anda o teu olhar? A noite é calma e triste... a murmurarAnda o vento, de leve, na doçuraIdeal do aveludado arOnde... Continue lendo →
Ser poeta é ser mais alto, é ser maiorDo que os homens! Morder como quem beija!É ser mendigo e dar como quem sejaRei do Reino de Aquém e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendorE não saber... Continue lendo →
Ah! arrancar às carnes laceradasSeu mísero segredo de consciência!Ah! poder ser apenas florescênciaDe astros em puras noites deslumbradas! Ser nostálgico choupo ao entardecer,De ramos graves, plácidos, absortosNa mágica tarefa de viver! Quem nos deu asas para andar de rastos?Quem nos... Continue lendo →
Fecho as pálpebras roxas, quase pretas,Que poisam sobre duas violetas,Asas leves cansadas de voar... E a minha boca tem uns beijos mudos...E as minhas mãos, uns pálidos veludos,Traçam gestos de sonho pelo ar... ... Florbela Espanca (1894-1930) Até mais! Equipe... Continue lendo →
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdidaMeus olhos andam cegos de te ver !Não és sequer a razão do meu viver,Pois que tu és já toda a minha vida ! Não vejo nada assim enlouquecida ...Passo no mundo, meu Amor, a lerNo... Continue lendo →
Pousa a tua cabeça doloridaTão cheia de quimeras, de ideal,Sobre o regaço brando e maternalDa tua doce Irmã compadecida. Hás-de contar-me nessa voz tão quridaA tua dor que julgas sem igual,E eu, pra te consolar, direi o malQue à minha... Continue lendo →
É vão o amor, o ódio, ou o desdém;Inútil o desejo e o sentimento...Lançar um grande amor aos pés de alguémO mesmo é que lançar flores ao vento! Todos somos no mundo "Pedro Sem",Uma alegria é feita dum tormento,Um riso... Continue lendo →
Aqueles que me têm muito amorNão sabem o que sinto e o que sou...Não sabem que passou, um dia, a DorÀ minha porta e, nesse dia, entrou. E é desde então que eu sinto este pavor,Este frio que anda em... Continue lendo →
Ser poeta é ser mais alto, é ser maiorDo que os homens! Morder como quem beija!É ser mendigo e dar como quem sejaRei do Reino de Aquém e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendorE não saber... Continue lendo →
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdidaMeus olhos andam cegos de te ver !Não és sequer a razão do meu viver,Pois que tu és já toda a minha vida ! Não vejo nada assim enlouquecida ...Passo no mundo, meu Amor, a lerNo... Continue lendo →
O nosso amor morreu… Quem o diria! Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta. Ceguinha de te ver, sem ver a conta Do tempo que passava, que fugia! Bem estava a sentir que ele morria… E outro clarão, ao longe,... Continue lendo →
É Primavera agora, meu Amor! O campo despe a veste de estamenha; Não há árvore nenhuma que não tenha O coração aberto, todo em flor! Ah! Deixa-te vogar, calmo, ao sabor Da vida… não há bem que nos não venha... Continue lendo →
É Primavera agora, meu Amor! O campo despe a veste de estamenha; Não há árvore nenhuma que não tenha O coração aberto, todo em flor! Ah! Deixa-te vogar, calmo, ao sabor Da vida… não há bem que nos não venha... Continue lendo →
“Bendita seja a Mãe que te gerou.” Bendito o leite que te fez crescer Bendito o berço aonde te embalou A tua ama, pra te adormecer! Bendita essa canção que acalentou Da tua vida o doce alvorecer ... Bendita seja... Continue lendo →
Eu quero amar, amar perdidamente!Amar só por amar: Aqui… além…Mais Este e Aquele, o Outro e toda a genteAmar! Amar! E não amar ninguém! Recordar? Esquecer? Indiferente!…Prender ou desprender? É mal? É bem?Quem disser que se pode amar alguémDurante a... Continue lendo →
